Turismo e Agronegócio discutem, juntos, oportunidades para negócios sustentáveis em Bonito

Evento realizado na cidade, no mês de agosto, teve como foco a conservação da natureza e o desenvolvimento econômico local

Em agosto, o município de Bonito (MS) foi sede da Jornada de Negócios Sustentáveis, que discutiu oportunidades de desenvolvimento econômico do agronegócio e do turismo associadas a práticas sustentáveis. O evento, promovido pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e pela Sense-Lab, com apoio da Fundação Neotrópica, contou com a participação de lideranças de ambos os setores.

Com o desafio de integrar duas agendas que trabalham de formas distintas na cidade, o evento uniu forças do turismo e do agronegócio locais, para criar um ambiente de conversa sobre o desenvolvimento socioeconômico, associado a ações de conservação da natureza, e sobre como convergir interesses ao bem comum no município. “Bonito recebe muitos turistas por ano e é uma cidade reconhecida como destino ecoturístico e também por sua produção agropecuária, atividades que dependem da natureza conservada para se manterem viáveis, mas ainda apresenta falhas oportunidades de melhorias no planejamento ambiental urbano e rural, bem como de alguns empreendimentos ali instalados. Por isso, este evento oportunizou reflexões e sugestões de ações capazes de gerar melhorias para o ecoturismo, o agronegócio, a natureza e a sociedade”, explica Guilherme Karam, coordenador de Estratégias de Conservação da Fundação Grupo Boticário.

Segundo Guilherme, as duas atividades têm potencial de gerar tanto impactos negativos quanto positivos para o meio ambiente e, por isso, precisam ser pensadas de forma estratégica. “Para que as águas das atrações turísticas continuem límpidas, as florestas nas margens dos rios e nas suas nascentes precisam ser protegidas.Ou seja, para que os empreendimentos turísticos continuem a existir e a gerar renda para a cidade, não há outra opção senão conservar a natureza. Da mesma forma, a atividade agropecuária também depende dos serviços ambientais prestados pelas áreas naturais. A água, os solos férteis e os polinizadores são essenciais para a atividade e, para que eles estejam disponíveis, a natureza tem que ser protegida”, analisa.

Embora o agronegócio, sobretudo por meio da produção de soja e da pecuária, gere mais receita para o município do que o turismo, este, por sua vez, é o maior gerador de empregos – cerca de 60%; isso demonstra mais uma vez que ambas as atividades devem ser pensadas conjuntamente. “A partir do momento em que todos passam a ter um entendimento comum a respeito dos benefícios de se conservar a natureza e começam a trabalhar com uma visão compartilhada, toda a sociedade será beneficiada. A conservação é essencial, seja para o ecoturismo, seja para o agronegócio”, avalia Guilherme.

Dinâmica do evento

A execução do encontro foi pensada de forma que os dois setores tivessem a oportunidade de falar, ouvir e discutir suas ideias. No primeiro dia, à tarde, agentes do agronegócio estiveram reunidos com os mediadores para expor suas opiniões. No dia seguinte foi a vez dos agentes de turismo terem seu espaço, na parte da manhã e, à tarde, uma reunião conjunta permitiu trocas de ideias e conversas sobre o futuro da conservação da natureza na cidade. No fim do evento foi montada uma comissão mista que continuará a discutir os principais pontos e planos de ação identificados na parte da tarde do segundo dia.

Estiveram presentes as seguintes entidades: Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Associação de Atrativos Turísticos de Bonito e Região (Atratur), Instituto Águas da Serra da Bodoquena (IASB), Sebrae MS, ICMBio, Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (AGRAER), Secretaria Municipal de Turismo de Bonito (SECTUR), Secretaria Estadual de Meio Ambiente de MS (SEMAGRO), Restaurante Casa do João,  Atrativo Boca da Onça  Atrativo Projeto Jiboia, além de proprietários de pousadas, representantes de ongs, de museus, guias turísticos e produtores rurais.

Sobre a Fundação Grupo Boticário

A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é promover e realizar ações de conservação da natureza. Criada em 1990 por iniciativa do fundador de O Boticário, Miguel Krigsner, a atuação da Fundação Grupo Boticário é nacional e suas ações incluem proteção de áreas naturais, apoio a projetos de outras instituições e disseminação de conhecimento. Desde a sua criação, a Fundação Grupo Boticário já apoiou 1.510 projetos de 501 instituições em todo o Brasil. A instituição mantém duas reservas naturais, a Reserva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica; e a Reserva Natural Serra do Tombador, no Cerrado, os dois biomas mais ameaçados do país. Outra iniciativa é um projeto pioneiro de pagamento por serviços ambientais em regiões de manancial, o Oásis. Mais informações: http://www.fundacaogrupoboticario.org.br/

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