Ao contrário do que muitos imaginam, o poema também é um gênero para crianças e não tem idade certa para esse encontro
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Quando se pensa em literatura infantil, o que vem à cabeça são os contos, as narrativas, mas dificilmente o poema. Isso porque, para muitos, ele é voltado para os apaixonados, é difícil de ser compreendido, agrada apenas os que têm vasto conhecimento literário. Mas a realidade está bem longe disso, e a verdade é que crianças gostam de poema sim e devem ser apresentadas ao gênero o quanto antes.
“Desde que nascem, as crianças podem estar em contato com poesia se considerarmos o gênero de uma forma mais ampla, incluindo aí também as canções de ninar, as brincadeiras com palavras, os diálogos malucos feitos entre adultos e os bem pequenos, parlendas, adivinhas, travalínguas. As crianças experimentam o mundo principalmente de forma sensorial, com todo o corpo. As sonoridades, ritmos e rimas explorados pela poesia podem ser experimentados de forma lúdica, com a voz e o corpo, brincando, cantando, dançando, repetindo versinhos, etc. O importante é não didatizar a poesia, não achar que é preciso sempre garantir ‘mensagens’, aprender algum conteúdo escolar com a poesia, com a literatura infantil”, explica a doutora em Literatura pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP), escritora e consultora da Editora Positivo Silvia Oberg.
Benefícios de ler poemas para as crianças
Ainda que por princípio, a poesia – como todas as formas de arte – não tenha a obrigação de ter uma finalidade prática, tal qual outros gêneros da literatura infantil, a leitura de poesia pode trazer diversos benefícios para as crianças. Ela estimula a imaginação, o desenvolvimento da linguagem e até a memória.
Além disso, na opinião de Silvia, a literatura permite à criança experimentar a palavra de um jeito novo, entrando em contato com possibilidades da palavra fora do seu uso cotidiano, uma apropriação lúdica da linguagem. “Embora os poemas sejam escritos com palavras usadas em nosso dia-a-dia, neles a linguagem está organizada esteticamente para produzir determinados sentidos e determinados efeitos no leitor: imaginar, emocionar, fazer rir, pensar, chorar, espantar, se reconhecer”, ressalta a escritora.
O que ler?
Uma dúvida constante entre os adultos que pensam em apresentar a literatura para as crianças é se elas são capazes de entender o que está sendo dito. A esse respeito, Silvia tem um recado: não se preocupe. Isso porque, diz ela, as crianças entendem poesia do seu jeito, conforme suas referências e especificidades. “Cada um se apropria da poesia à sua maneira, de acordo com sua singularidade, suas possibilidades e suas referências de mundo, que também são etárias.”
Quanto à escolha de um poema que deve ser lido para as crianças, este deve levar em conta não só a idade, mas também os gostos e interesses dos pequenos. Dessa forma, e oferecendo diversidade de opções, há mais chances da criação de vínculos entre as crianças e a poesia.
Ainda assim, há poetas que são referências e boas opções para quem tem dúvidas. Silvia sugere alguns: Cecília Meireles, com o seu “Ou isto, ou aquilo”, que teve sua primeira edição em 1964; Vinícius de Moraes, com “Arca de Noé” que, inclusive, teve muitos de seus poemas musicados, cantados por adultos e crianças; e Mário Quintana, com “O Batalhão das Letras”, publicado originalmente em 1948 e logo seguido tantos outros. “São escritores cujos poemas vêm acompanhando várias gerações de crianças brasileiras que, ao se tornarem adultas, leem para seus filhos. Isto cria um vínculo entre diferentes gerações, entre adultos e crianças que compartilham poemas preferidos, poetas que amam. Esta literatura que permanece, chamada clássica, possibilita o diálogo entre pessoas de diferentes idades ao ser lida ao longo do tempo por muitas gerações”.
Só de brincadeira – Lançamento 2018/2019
Leo Cunha, com ilustrações de Anna Cunha
Pipa, bambolê, amarelinha,… as brincadeiras que encantavam a infância do escritor Leo Cunha são retratadas em forma de poesia e ilustradas com imagens delicadas e suaves de Anna Cunha. Os poemas aproximam o contador da criança, levando-os a um universo de imaginação. Selo Seleção Cátedra Unesco de Leitura 2018. 30 Melhores Livros Infantis do Ano da Revista Crescer.
Um livro pra gente morar – Lançamento 2018/2019
Organização de Silvia Oberg e ilustrações de Daniel Cabral
Uma antologia de 14 poemas de autores brasileiros renomados. A casa representa um espaço especial de experiências da infância – lugar de acolhimento, afetos, socialização, devaneios e brincadeiras que preparam as crianças para se aventurarem na vida e no mundo. Finalista do Prêmio Nami Concours 2018. Selo Distinção Cátedra Unesco de Leitura 2018. 30 Melhores Livros Infantis do Ano da Revista Crescer.
“Desde que nascem, as crianças podem estar em contato com poesia se considerarmos o gênero de uma forma mais ampla, incluindo aí também as canções de ninar, as brincadeiras com palavras, os diálogos malucos feitos entre adultos e os bem pequenos, parlendas, adivinhas, travalínguas. As crianças experimentam o mundo principalmente de forma sensorial, com todo o corpo. As sonoridades, ritmos e rimas explorados pela poesia podem ser experimentados de forma lúdica, com a voz e o corpo, brincando, cantando, dançando, repetindo versinhos, etc. O importante é não didatizar a poesia, não achar que é preciso sempre garantir ‘mensagens’, aprender algum conteúdo escolar com a poesia, com a literatura infantil”, explica a doutora em Literatura pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP), escritora e consultora da Editora Positivo Silvia Oberg.
Benefícios de ler poemas para as crianças
Ainda que por princípio, a poesia – como todas as formas de arte – não tenha a obrigação de ter uma finalidade prática, tal qual outros gêneros da literatura infantil, a leitura de poesia pode trazer diversos benefícios para as crianças. Ela estimula a imaginação, o desenvolvimento da linguagem e até a memória.
Além disso, na opinião de Silvia, a literatura permite à criança experimentar a palavra de um jeito novo, entrando em contato com possibilidades da palavra fora do seu uso cotidiano, uma apropriação lúdica da linguagem. “Embora os poemas sejam escritos com palavras usadas em nosso dia-a-dia, neles a linguagem está organizada esteticamente para produzir determinados sentidos e determinados efeitos no leitor: imaginar, emocionar, fazer rir, pensar, chorar, espantar, se reconhecer”, ressalta a escritora.
O que ler?
Uma dúvida constante entre os adultos que pensam em apresentar a literatura para as crianças é se elas são capazes de entender o que está sendo dito. A esse respeito, Silvia tem um recado: não se preocupe. Isso porque, diz ela, as crianças entendem poesia do seu jeito, conforme suas referências e especificidades. “Cada um se apropria da poesia à sua maneira, de acordo com sua singularidade, suas possibilidades e suas referências de mundo, que também são etárias.”
Quanto à escolha de um poema que deve ser lido para as crianças, este deve levar em conta não só a idade, mas também os gostos e interesses dos pequenos. Dessa forma, e oferecendo diversidade de opções, há mais chances da criação de vínculos entre as crianças e a poesia.
Ainda assim, há poetas que são referências e boas opções para quem tem dúvidas. Silvia sugere alguns: Cecília Meireles, com o seu “Ou isto, ou aquilo”, que teve sua primeira edição em 1964; Vinícius de Moraes, com “Arca de Noé” que, inclusive, teve muitos de seus poemas musicados, cantados por adultos e crianças; e Mário Quintana, com “O Batalhão das Letras”, publicado originalmente em 1948 e logo seguido tantos outros. “São escritores cujos poemas vêm acompanhando várias gerações de crianças brasileiras que, ao se tornarem adultas, leem para seus filhos. Isto cria um vínculo entre diferentes gerações, entre adultos e crianças que compartilham poemas preferidos, poetas que amam. Esta literatura que permanece, chamada clássica, possibilita o diálogo entre pessoas de diferentes idades ao ser lida ao longo do tempo por muitas gerações”.
Só de brincadeira – Lançamento 2018/2019
Leo Cunha, com ilustrações de Anna Cunha
Pipa, bambolê, amarelinha,… as brincadeiras que encantavam a infância do escritor Leo Cunha são retratadas em forma de poesia e ilustradas com imagens delicadas e suaves de Anna Cunha. Os poemas aproximam o contador da criança, levando-os a um universo de imaginação. Selo Seleção Cátedra Unesco de Leitura 2018. 30 Melhores Livros Infantis do Ano da Revista Crescer.
Um livro pra gente morar – Lançamento 2018/2019
Organização de Silvia Oberg e ilustrações de Daniel Cabral
Uma antologia de 14 poemas de autores brasileiros renomados. A casa representa um espaço especial de experiências da infância – lugar de acolhimento, afetos, socialização, devaneios e brincadeiras que preparam as crianças para se aventurarem na vida e no mundo. Finalista do Prêmio Nami Concours 2018. Selo Distinção Cátedra Unesco de Leitura 2018. 30 Melhores Livros Infantis do Ano da Revista Crescer.