Estudos devem iniciar no primeiro semestre de 2024 e primeiros resultados são esperados em 12 meses; projeto no Paraná faz parte dos Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação
R$ 50 milhões. Esse é o valor do projeto de Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPI) firmado entre o Biopark – Parque Tecnológico do Oeste do Paraná -, Biopark Educação, Fundação Araucária, Governo do Paraná, além de dez empresas e cooperativas que fazem parte da iniciativa. Com o maior valor já implementado desde que foi criado em 2019, esse NAPI tem como objetivo desenvolver soluções inovadoras em alimentos saudáveis, focando no diferencial competitivo das indústrias paranaenses e na busca por qualidade de vida entre os consumidores, tanto no mercado nacional quanto internacional.
Nesse arranjo, são previstos R$ 25 milhões de investimentos privados e o aporte de mais R$ 25 milhões do Governo Estadual, por intermédio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. O valor será utilizado em cinco anos. “Neste projeto, que será sobre alimentos saudáveis e que engloba desde a qualidade do solo, água, sanidade animal e das plantas, serão realizadas pesquisas sobre o assunto no valor de R$ 10 milhões anuais. Esse material irá embasar estudos nos próximos 50 anos”, explica o fundador do Biopark, Luiz Donaduzzi.
“A evolução acontece quando se insiste em inovação e aqui reunimos empresas que já estão indo bem, mas que sabem que precisam ir além para não serem atropeladas. Investir em inovação é sobretudo um ato de fé. É investir agora para colher no futuro ”, complementa o novo presidente do Biopark, Victor Donaduzzi.
Pesquisa e inovação
Hoje o Paraná é o segundo maior produtor de grãos do Brasil e a maioria da produção, cerca de 88%, vem de pequenos produtores que são muitas vezes representados por cooperativas. “As cooperativas de modo geral não pararam e trabalhamos buscando aumentar o valor agregado dos produtos, assim crescemos na produção e no cooperativismo. Mas precisamos investir mais em pesquisa e inovação para produzirmos um alimento saudável com maior valor agregado, que é onde o produtor consegue tirar o seu lucro”, conta o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, que representou no evento de assinatura as empresas e cooperativas que fazem parte do projeto.
No início do NAPI, o Governo Estadual recebeu 350 demandas de pesquisas, sendo que 67 foram selecionadas. De acordo com o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, o principal critério para escolha das áreas de pesquisa foi atender uma demanda dos empresários e são eles que orientam quais os destinos dos recursos captados. “Diferente de anos anteriores, o NAPI não oferece recursos para a academia pesquisar o que julga importante, mas para estudos em inovação que vão ao encontro do que a sociedade está demandando. Para que as empresas consigam resolver seus gargalos nessa área”, afirma o secretário.
A expectativa é que já no primeiro semestre de 2024 os projetos sejam aprovados e o início das pesquisas aconteça na sequência. Os resultados iniciais são esperados nos primeiros 12 meses.
O NAPI Alimentos Saudáveis já conta com parcerias do setor produtivos, tais como BRF, Coopavel, Copacol, Copagril, C.Vale, Frimesa, Lar, Prati-Donaduzzi, Primato Cooperativa, Sempre Agtech e Biopark Educação, que será o coordenador do arranjo. Além disso, tem o apoio de instituições como o Biopark, a Fundação Araucária, a Embrapa, o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) e a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Governo do Paraná.
Sobre o Biopark
O Biopark está localizado em Toledo, região Oeste do Paraná, em uma área de mais 5 milhões de m². Com o foco no desenvolvimento regional por meio da educação, da pesquisa e da geração de negócios, o Biopark já conta com mais de duas mil pessoas circulando diariamente em seu território. Atualmente, mais de 180 empresas já atuam no local, gerando empregos e progresso. Três instituições federais de ensino estão instaladas no Biopark, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e o Instituto Federal do Paraná (IFPR). Em 30 anos, o Biopark deve receber mais de 500 empresas, ofertar 30 mil postos de trabalho e ter população de 75 mil moradores.