Neuroplasticidade: 6 formas de estimular o cérebro a aprender mais e por mais tempo

As crianças têm uma capacidade imensa de aprender novos conhecimentos graças ao que chamamos de neuroplasticidade. Também conhecida como plasticidade neural ou maleabilidade cerebral, é a habilidade do cérebro de se reorganizar para aprender algo novo. No entanto, à medida que as crianças vão se tornando adultas, essa capacidade tende a diminuir, principalmente por conta da falta de estímulo. “Existe a possibilidade do cérebro criar novos circuitos e conexões neurais ao longo da nossa vida como resposta a determinados estímulos que recebemos, resultando em mudanças funcionais no comportamento do próprio cérebro”, explica a psicóloga educacional do Colégio Positivo – Jardim Ambiental, em Curitiba (PR), Lianna Calderari Oliveira.

Isso significa que o sistema nervoso não tem uma estrutura rígida e imutável, como se pensava há algumas décadas, mas ele modifica sua estrutura funcional sob diferentes circunstâncias, expressando assim uma capacidade plástica durante o processo de adaptação. “Exames de imagem já mostraram a plasticidade do cérebro, inclusive, que pode ser alterada por fatores como ambiente, estado emocional, nível cognitivo, entre outros”, conta a psicóloga.

Segundo Lianna, a neuroplasticidade trabalha também na formação de hábitos. “Na prática, isso ocorre como se estivéssemos ensinando o nosso cérebro a como se comportar melhor. Com isso, é possível adaptar o paladar e se acostumar com o gosto de alimentos saudáveis e reduzir o consumo de produtos industrializados, por exemplo — o que favorece a saúde como um todo”, revela. Os conceitos da plasticidade são utilizados, principalmente, na área da saúde, por fisioterapeutas e psicólogos e podem ajudar, por exemplo, na melhoria de dores crônicas, no desempenho de atletas, nas técnicas de aprendizagem, além da prevenção ao envelhecimento cerebral. 

Estimular a neuroplasticidade pode potencializar as capacidades intelectuais, aumentar a reserva cognitiva e manter as pessoas ativas por muito mais tempo, inclusive na velhice. Lianna Calderari Oliveira ensina algumas formas simples para ativar a plasticidade do cérebro.

1 – Exercícios físicos

Estudos mostram que a prática de atividade física – independentemente da modalidade – pode exercer efeito plástico sobre o sistema nervoso central. A neuroplasticidade é aumentada após o exercício físico, favorecendo o aprendizado, a memória, a vascularização cerebral e atenuando o declínio mental decorrente do envelhecimento. Além disso, pesquisas mostraram que o exercício físico provoca um efeito protetor no sistema nervoso, atuando na prevenção e no tratamento de problemas como obesidade, câncer, depressão, declínio cognitivo associado ao envelhecimento e aos distúrbios neuropáticos como doença de Parkinson, doença de Alzheimer, AVC e lesões medulares ou encefálicas.

2 – Aprender coisas novas

Fazer coisas que estejam fora da zona de conforto, como aprender a tocar um instrumento, praticar um esporte, dançar, fazer um curso em uma área totalmente nova… “O maior inimigo do cérebro é a rotina”, afirma a especialista. Segundo a coordenadora do Ensino Bilíngue do Centro de Inovação Pedagógica, Pesquisa e Desenvolvimento do Colégio Positivo (CIPP), Ana Paula Teixeira, aprender um novo idioma é uma das melhores formas de desenvolver a plasticidade do cérebro. “Isso se deve, em grande parte, ao treinamento que nosso cérebro recebe ao alternar entre um idioma e outro ao decidir como se comunicar”, explica. O neurocientista Sam Wang (2011) descobriu que a demência é retardada por uma média de cerca de quatro anos para bilíngues em vez de monolíngues. 

3 – Alimentação saudável

Existem alimentos que são considerados brainfoods porque são comprovadamente eficazes no estímulo da neuroplasticidade. Entre eles estão os peixes gordurosos, como salmão, truta, atum, arenque e sardinha. “Todos esses peixes são ricos em ácidos graxos ômega-3, utilizados pelo organismo para construir células cerebrais e nervosas essenciais para o aprendizado e a memória”, afirma Vanessa Queiroz, nutricionista dos colégios do Grupo Positivo. Outros alimentos que contribuem para a saúde dos neurônios são frutas vermelhas, ovos, açafrão e chá verde. Por outro lado, o consumo excessivo de álcool inibe a neuroplasticidade.

4 – Sono

De acordo com Lianna, a aprendizagem ocorre por meio de conexões neurais – as sinapses. Durante o sono, essas sinapses voltam ao normal porque o cérebro não está recebendo tanta informação. “O sono é um período restaurador essencial, sem o qual, ocorre um pico de atividade por muito tempo, o que impacta diretamente na neuroplasticidade, ou seja, na capacidade do cérebro de criar novas conexões. Essa pausa é fundamental para armazenar tudo que foi aprendido naquele dia para então retomar no dia seguinte”, explica Lianna. De acordo com o neurocientista Tomás Ortiz Alonso, o ideal é dormir de 7 a 9 horas todos os dias.

5 – Meditação

O estresse inibe a neuroplasticidade, pois provoca ruído cerebral, impedindo o desenvolvimento de capacidades. Faz aumentar a substância chamada cortisol que afeta os receptores do hipocampo, que já não conseguem desenvolver sua capacidade de memória, atenção e codificação de coisas novas. A meditação é uma excelente ferramenta de combate ao estresse e, consequentemente, benéfica à plasticidade cerebral.

6 – Leitura

O hábito da leitura estimula a sinaptogênese e neurogênese, permitindo que as pessoas tenham capacidade mais rápida de aprendizado. Segundo o neurocientista Michael Merzenich, a leitura, assim como qualquer outra atividade, tem de ser feita com prazer, pois a motivação é que provoca a mudança do cérebro e ativa a neuroplasticidade. A regularidade também é fundamental.

De acordo com a neurociência, o cérebro começa a ter perdas de memória, menos capacidade de concentração e lentidão de raciocínio a partir dos 30 anos. Mais uma razão para treinar a neuroplasticidade o quanto antes.

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Sobre o Colégio Positivo

O Colégio Positivo compreende oito unidades na cidade de Curitiba, onde nasceu e desenvolveu o modelo de ensino levado a todo o país e ao exterior. O Colégio Positivo – Júnior, o Colégio Positivo – Jardim Ambiental, o Colégio Positivo – Ângelo Sampaio, o Colégio Positivo – Hauer, o Colégio Positivo – Internacional, o Colégio Positivo – Água Verde, o Colégio Positivo – Boa Vista e o Colégio Positivo – Batel atendem alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio, sempre combinando tecnologia aplicada à Educação, material didático atualizado e professores qualificados, com o compromisso de formar cidadãos conscientes e solidários. Em 2016, o grupo chegou em Santa Catarina – onde hoje fica o Colégio Positivo – Joinville e o Colégio Positivo – Joinville Jr. Em 2017, foi incorporado ao grupo o Colégio Positivo – Santa Maria, em Londrina (PR). Em 2018, o Positivo chegou a Ponta Grossa (PR), onde hoje está o Colégio Positivo – Master. Em 2019, somaram-se ao Grupo duas unidades da escola Passo Certo, em Cascavel (PR), e o Colégio Semeador, em Foz do Iguaçu (PR). Em 2020, o Colégio Vila Olímpia, em Florianópolis (SC), passou a fazer parte do Grupo. Em 2021, com a aquisição da St. James’ em Londrina (PR), o Colégio Positivo passa a contar com 17 unidades de ensino, em sete cidades, no Sul do Brasil, que atendem, juntas, aproximadamente 16 mil alunos desde a Educação Infantil ao Ensino Médio.

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