De acordo com um grupo de hackers da Rússia, os sistemas do governo brasileiro tiveram ataques cibernéticos na última terça-feira (30). A informação foi divulgada pela conta Dark Trace, no Twitter, que faz atualizações sobre ataques cibernéticos. O grupo Everest ransomware anunciou que o “GOV Brazil” está na sua lista de vítimas.
Ainda segundo informações do próprio grupo de hackers, eles colocam à venda o acesso à rede do governo brasileiro com mais de 3 TB de dados. “Está a venda acesso à rede Gov Brasil, mais de 3 TB de dados. Para dúvidas, contate: everestransomteam@onionmail.org”, diz o site do grupo de ransomware, que tem uma lista de vítimas no mundo todo.
A Secretaria Especial de Comunicação Social ainda não se pronunciou sobre o ocorrido. O Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) – principal provedor de soluções tecnológicas para o Brasil, responsável por administrar o maior banco de dados do país com informações de todos os cidadãos brasileiros, por sua vez, negou o ataque. Resta saber se esses dados estão – ou não – na mira de cibercriminosos russos, e qual o interesse por trás disso.
Para João Alfredo Lopes Nyegray, doutorando em estratégia e coordenador do curso de Comércio Exterior e professor de Geopolítica e Negócios Internacionais na Universidade Positivo (UP), os russos sempre tiveram uma política agressiva, tanto interna quanto externamente. “A maneira pela qual os russos tratam a oposição domesticamente é um exemplo disso, assim como as relações com os europeus, que também demonstram a agressividade das políticas que vem do Kremlin”, aponta.
Em termos de sequestro de dados, o especialista lembra das sérias acusações contra o ex-presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, de ter contratado ou ter buscado a interferência dos russos para conseguir dados contra os seus opositores. “Algum tempo depois, os russos e os ucranianos também haviam sido abordados pelo governo Trump para buscar dados contra os familiares de John Biden, ainda na campanha presidencial que elegeu Biden nas últimas eleições estadunidenses.”
Seria essa uma forma de obter dados de eleitores brasileiros para interferência nas eleições de outubro? O especialista acredita ser mais provável que essas informações possam ser utilizadas e sequestradas para cobrança de resgate. Segundo o professor, isso fica mais evidente porque o Brasil até agora não entrou tão fortemente nas pressões contra a invasão da Ucrânia, em virtude da política externa do governo brasileiro nesse momento. “O Brasil vem se pautando pela defesa dos países dos Brics e pela solução pacífica das controvérsias. Eventualmente, essa pode ser mais uma tentativa dos russos de sequestrar dados para que, com isso, consigam exigir mudanças políticas, não só no governo brasileiro, mas em outros governos cujos dados possam, eventualmente, ter sido sequestrados também”, finaliza.
Sobre a Universidade Positivo
A Universidade Positivo é referência em Ensino Superior entre as IES do Estado do Paraná e é uma marca de reconhecimento nacional. Com salas de aula modernas, laboratórios com tecnologia de ponta e mais de 400 mil metros quadrados de área verde no campus sede, a Universidade Positivo é reconhecida pela experiência educacional de mais de três décadas. A Instituição conta com três unidades em Curitiba (PR), uma em Londrina (PR), uma em Ponta Grossa (PR) e mais de 70 polos de EAD no Brasil. Atualmente, oferece mais de 60 cursos de graduação, centenas de programas de especialização e MBA, cinco programas de mestrado e doutorado, além de cursos de educação continuada, programas de extensão e parcerias internacionais para intercâmbios, cursos e visitas. Além disso, tem sete clínicas de atendimento gratuito à comunidade, que totalizam cerca de 3.500 metros quadrados. Em 2019, a Universidade Positivo foi classificada entre as 100 instituições mais bem colocadas no ranking mundial de sustentabilidade da UI GreenMetric. Desde março de 2020 integra o Grupo Cruzeiro do Sul Educacional. Mais informações em up.edu.br/