A economia brasileira possui forte relação de interdependência com a atividade de extração de minérios. Desde o período colonial, o Brasil transformou a mineração em um dos setores básicos da economia nacional, contribuindo para a geração de empregos e renda, pelo desenvolvimento social e tecnológico nas regiões mineradoras, bem como pelo recorde de superávit na balança comercial brasileira. Segundo dados da Agência Nacional de Mineração, o setor é responsável por quase 5% do PIB nacional e proporciona produtos para diversas indústrias como siderúrgicas, fertilizantes, petroquímicas etc.
Todavia, a atividade mineradora gera rejeitos que, por serem produzidos em grande escala, afetam o meio ambiente. Para minimizar esses impactos, as empresas do setor têm investido em tecnologias e soluções em seus processos de tratamento desses rejeitos. Historicamente a indústria de mineração utilizava majoritariamente as barragens para conter os rejeitos dos processos de concentração dos minérios.
É sabido que os grandes desastres ambientais de Mariana, Barcarena e Brumadinho impactaram cidades que, até hoje, não retornaram a sua condição original. Hoje, pela Lei Estadual 23.291/19, conhecida como Lei Mar de Lama Nunca Mais, as barragens construídas com várias camadas de rejeitos – chamadas de barragens a montante, são proibidas. E as novas soluções já estão em aplicação: as tecnologias de deposição dos rejeitos a seco por meio de sua filração.
Valmet participa de histórica mudança da indústria mineradora
A tecnologia de filtros já é empregada nos processos de concentração dos minérios há muito tempo. Agora, o setor vem investindo nessa mesma tecnologia para o tratamento e deposição e tratamento dos rejeitos, que se baseia em um processo no qual se separa o sólido do líquido, possibilitando o armazenamento a seco (dry stacking) do rejeito de forma segura. Ainda, é possível aproveitar quase 95% da parte líquida – essencialmente água – que é reutilizada no processo, segundo dados do estudo publicado no artigo, Empilhamento a seco para rejeitos de processos minerais (dry stacking), de 2015, do Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa. Esse reaproveitamento é direcionado para outras atividades dentro da mineradora, visto que a maioria dos processos estão interligados ao uso da água na maior parte de suas etapas. O reuso da água representa significativa diminuição na captação de água nova, podendo ser utilizada como fonte de irrigação de taludes e de canteiros, lavagens de máquinas, tubulações e pisos, no processo de controle de emissões atmosféricas borrifando pilhas de minério e de vias de acesso, peneiramento, moagem, classificação, separação magnética e flotação, bem como em outras utilidades e serviços da planta.
“Ampliamos nossa base de conhecimento sobre o tratamento de rejeitos, em consonância com a preocupação de nossos clientes e nossa comunidade em mudar o patamar de segurança da atividade mineradora. Hoje, muitos clientes já adotam nossas tecnologias filtrantes e reconhecem o seu desempenho e qualidade na missão que se deve cumprir. O setor está empenhado nessa importante mudança de tecnologia – das barragens ao empilhamento a seco – e a Valmet em apoiá-los nessa jornada”, explica o gerente de vendas regional da Valmet em Belo Horizonte, Thiago Pavan. “Além das mineradoras, os fabricantes de equipamentos e fornecedores de insumos entenderam a importância de adotar essa mudança. A Valmet, que é parte importante dessa cadeia, desenvolve e produz o elemento filtrante que é utilizado nos filtros de rejeito, tornando esse processo viável e eficiente para deposição segura do resíduo e reaproveitamento de água ”, complementa.
Smart Cloth Monitoring: tecnologia exclusiva Valmet
As soluções de tecnologia e monitoramento estão no DNA da Valmet e são projetadas para auxiliar em todas as áreas de operação dos seus clientes – desde o gerenciamento até a produção e manutenção. Para otimizar e automatizar as rotinas de relatórios da planta, melhorar o desempenho e a disponibilidade, maximizar as receitas e minimizar os custos de produção e cumprir os requisitos legais, a Valmet oferece aos seus clientes a tecnologia Smart Cloth Monitoring.
O recurso propõe um monitoramento inteligente dos elementos filtrantes, com a inserção de um chip individual em cada unidade do produto que, associado a um aplicativo dedicado, possibilita ao cliente monitorar o desempenho individual dos elementos filtrantes durante o uso. “Essa tecnologia habilita um controle individualizado e detalhado de cada elemento filtrante, inclusive auxiliando o cliente a revelar os motivos pelos quais eles estão sendo trocados, ao final de sua vida útil ou por acidentes”, explica Thiago. Além de aumentar o nível de controle do desempenho do processo de filtração, o Smart Cloth Monitoring permite a racionalização do uso de elementos filtrantes, reduzindo custos e impacto ambiental. Além disso, as informações inseridas no aplicativo à medida do histórico de uso do produto, permite valiosos inputs para o desenvolvimento e melhoria contínua dos elementos filtrantes e do processo de filtração em si.
Reciclagem de resíduos: coprodutos do minério são reutilizados
Além dos benefícios da metodologia de filtração na atividade mineradora, o dry stacking também proporciona novas possibilidades econômicas. O processo de mineração a seco gera um substrato que pode ser aproveitado por outros setores de economia para produção de produtos como: areia usada para a pavimentação de asfalto, tijolos para a construção e ainda sílica para concreteiras aproveitarem em cimento, pré-moldados em concreto, blocos intertravados, dentre outros.