Existe idade ideal para aprender um segundo idioma?

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Pesquisa aponta uma janela de oportunidade etária ideal para o aprendizado de idiomas, mas especialistas destacam que outros fatores além da idade precisam ser considerados

Um estudo realizado pelo aclamado MIT (Massachusetts Institute of Technology), dos EUA, aponta que para um indivíduo adquirir conhecimento gramatical e fluência em um idioma tal  qual um nativo é preciso começar a estudar a língua ainda criança, antes dos 10 anos. Segundo a pesquisa, a janela de oportunidade etária para o aprendizado de uma língua privilegia quem começa cedo: após os 10 anos, os adolescentes ainda apresentam boa habilidade para o domínio de idiomas – até os 17 ou 18 anos -, mas, entrando na vida adulta, essa capacidade começa a diminuir.
A pesquisa foi baseada em um teste gramatical realizado com quase 670 mil pessoas de diferentes idades e nacionalidades. Ao analisar os dados, os pesquisadores confirmaram que o aprendizado de gramática de um idioma é mais consistente e efetivo durante a infância, prossegue na adolescência, embora com resultados mais modestos se comparados à infância, e depois se torna bem mais difícil na vida adulta. O estudo não deixa claro por que há uma queda nas habilidades de aprendizado com o passar da idade. Os cientistas atribuem isso ao fato de o cérebro ficar menos mutável ou adaptável na vida adulta. “Pode ser uma mudança biológica ou algo social ou cultural”, diz Josh Tenenbaum, coautor do estudo e professor de Ciências Cognitivas no MIT.
Essa dúvida é justamente o que faz com que o estudo não seja alvo de consenso entre especialistas. Para o professor Luiz Fernando Schibelbain, diretor do PES – Positivo English Solution School, do Sistema Positivo de Ensino, ao analisar os dados da pesquisa, há uma vantagem estatística em começar o aprendizado de uma segunda língua mais cedo. Contudo, ao investigar mais profundamente os números e a questão, Schibelbain identifica que existem muitos indivíduos que começaram a aprender um idioma depois dos 20 anos e superaram falantes nativos.
“Certamente, em média, o aluno mais tardio parece ter uma desvantagem para chegar lá, mas seria impossível?”, questiona Schibelbain. “Certamente, não”, afirma. Segundo o professor, o que acontece é que após os 18 anos de idade, geralmente, a vida das pessoas muda. “Você vai para a faculdade, começa a trabalhar, sai da casa dos pais, encontra ocupações e distrações como namoro, lazer, casamento, enfim, ocupa a sua vida com muitas outras atividades sociais, intelectuais e profissionais”, explica. Tudo isso gera um impacto na capacidade que o indivíduo tem de estar disponível para o aprendizado.
Na avaliação do professor, uma criança que inicia o aprendizado de um idioma aos 5 anos de idade – principalmente se estudar num colégio que oferece ensino bilíngue – certamente, terá um tempo de exposição ao idioma muito superior ao de um adulto de 20 anos, por exemplo, que já não pode mais estar em uma sala de aula aprendendo uma nova língua por várias horas ao dia. “Será mesmo justo comparar a capacidade de aprendizado de uma criança que está em contato com a língua por 3 a 5 horas por dia – no caso de escolas bilíngues – com a de um adulto que estuda o mesmo idioma por apenas uma hora por dia?”, indaga. Para ele, essa diferença na capacidade de aprendizado por idade muito provavelmente não se deve à alguma mudança na plasticidade cerebral. “Deve-se ao fato de que os adultos não têm tanto tempo disponível para exposição à segunda língua como as crianças. Talvez não seja mais difícil para os alunos mais velhos, eles apenas não têm as mesmas oportunidades”, observa.
A professora e assessora de Língua Inglesa do Colégio Positivo para o Ensino Médio, Patrícia Pallu, acredita que não existe um fator único que seja determinante para avaliar a capacidade de aprendizado do indivíduo em relação a um novo idioma. Com experiência de mais de 30 anos em sala de aula e um mestrado em Educação sobre as dificuldades dos adultos no aprendizado da língua inglesa, Patrícia defende que outros fatores concorrem com o biológico. “É fato que a criança tem mais facilidade para reproduzir o que ouve, o que facilita muito o aprendizado das palavras em outra língua, e isso, com o avanço da idade, vai diminuindo. Mas muitos outros aspectos precisam ser considerados para equilibrar essa questão”, afirma Patrícia.
Para a professora, deve-se considerar que a criança, no geral, só tem como responsabilidade e preocupação aprender aquilo que lhe é ensinado. Já o adulto precisa dividir sua atenção entre o aprendizado do idioma, as preocupações com o trabalho e com a rotina doméstica e familiar. A criança, normalmente, mantém o aprendizado de forma contínua, enquanto o adulto está sujeito a vários contratempos no caminho: questões financeiras, desemprego e falta de tempo costumam fazer com que o adulto abandone ou interrompa o estudo e o aprendizado. “Tudo isso mostra que não é apenas o fator biológico – no caso, a faixa etária – que pode influenciar na capacidade de crianças, adolescentes e adultos aprenderem”, ressalta.
De acordo com Patrícia, outra coisa importante que precisa ser considerada, ao avaliar os dados da pesquisa do MIT, é que hoje em dia, o significado de “dominar um idioma” é bastante relativo e varia muito. “Vejo adultos que iniciaram tardiamente o estudo do inglês superarem as expectativas e alcançarem um nível de fluência e domínio da língua que pode não ser o mesmo de um nativo, mas é, claramente, um domínio do idioma”, ressalta a professora. Schibelbain também reforça que é importante destacar como os adultos podem ser bons no aprendizado de idiomas e que pesquisas como a citada acima não devem servir como base para desmotivar os mais tardios, os convencendo a não iniciar o aprendizado de uma segunda língua. “Adultos aprendem consistentemente novos idiomas em alguns anos, do conhecimento quase zero a níveis muito capazes e, em minha experiência pessoal e profissional, às vezes mais rápido do que as crianças que estudam pelo mesmo tempo, talvez porque implantem estratégias conscientes e transfiram o que eles sabem sobre sua primeira língua”, finaliza.
 
Sobre o Sistema Positivo de Ensino
É o maior e mais tradicional sistema voltado ao ensino particular no Brasil. Com um projeto sempre atual e inovador, ele oferece às escolas particulares diversos recursos que abrangem alunos, professores, gestores e também a família do aluno com conteúdo diferenciado. Para os estudantes, são ofertadas atividades integradas entre o livro didático e plataformas educacionais que o auxiliam na aprendizagem. Os professores recebem propostas de trabalho pedagógico focadas em diversas disciplinas, enquanto os gestores recebem recursos de apoio para a administração escolar, incluindo cursos e ferramentas que abordam temas voltados às áreas de pedagogia, marketing, finanças e questões jurídicas. A família participa do processo de aprendizagem do aluno recebendo conteúdo específico, que contempla revistas e webconferências voltados à educação.
 
Sobre o Colégio Positivo
O Colégio Positivo compreende cinco unidades na cidade de Curitiba, nas quais nasceu e se desenvolveu o modelo de ensino levado a todo o país e ao exterior. O Colégio Positivo Júnior, o Colégio Positivo – Jardim Ambiental, o Colégio Positivo –  Ângelo Sampaio, o Colégio Positivo Hauer e o Colégio Positivo Internacional atendem alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio, sempre combinando tecnologia aplicada à educação, material didático atualizado e professores qualificados, com o compromisso de formar cidadãos conscientes e solidários. Os alunos têm à sua disposição atividades complementares esportivas e culturais, incentivo ao empreendedorismo e aulas de Língua Inglesa diferenciadas, além de aprendizado internacional na unidade que leva essa proposta em seu nome. Em 2016, foram incorporadas ao Grupo duas novas unidades do Colégio Positivo Joinville, em Santa Catarina e, em 2017, a unidade do Colégio Positivo – Santa Maria, em Londrina (PR).

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