A covid-19 afetou a qualidade de vida da população mundial. Aumento de peso e sedentarismo são reclamações comuns e têm trazido consequências sérias para pessoas que sofrem com problemas no joelho ou já realizaram artroplastia. Pesquisa realizada no Reino Unido e publicada na revista The Bone and Joint Journal para avaliar a percepção das pessoas que necessitam de cirurgia total de joelho indicou que 20% dos pacientes estavam com qualidade de vida “piores que a morte”. Além disso, o número de pessoas com esse problema praticamente dobrou durante a pandemia.
A reclamação de quem sofre com artrose no joelho se justifica por essa ser uma das doenças mais incapacitantes. Atividades simples como caminhar, subir ou descer escadas tornam-se um grande desafio em função das dores, rigidez e dificuldade nos movimentos que a doença provoca. E embora esteja geralmente associada ao avanço da idade, exercícios físicos de alto impacto repetitivo, associados a outros fatores, têm levado ao diagnóstico de casos mais precoces.
“Antes de dar um passo contava até cinco, tamanha dor que sentia no joelho. Primeiro achei que eram varizes, quando descobri a artrose levei um susto. A doença já estava me impedindo de caminhar”, conta a aposentada Maria Eliane Rocha, 64 anos, que foi submetida a uma nova técnica de artroplastia, com auxílio da robótica.
Maior precisão
O Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), é a sétima instituição do Brasil a contar com a tecnologia para realização da artroplastia total de joelho. A primeira cirurgia foi realizada no início de outubro e já demonstrou maior precisão na colocação dos implantes, menor quantidade de materiais utilizados, além de diminuição da dor e cicatrizes.
O ortopedista Fabiano Kupczik explica que em breve o robô poderá ser utilizado também para colocação de prótese parcial do joelho e do quadril. “Ainda é uma técnica mundialmente recente, que dá uma precisão milimétrica que não é possível a olho nu, ideal para os casos mais complexos, de deformidades, sequelas de outras cirurgias e quando os outros tratamentos não apresentam mais resultados. É indicado para casos mais avançados da doença”, explica o médico.
“Em menos de 24 horas, eu já conseguia colocar o pé no chão e andar com ajuda do andador. Agora, quero voltar a caminhar, a ter uma vida normal e poder brincar com a minha netinha de 3 anos”, ressalta a aposentada.
Funcionamento
A plataforma de joelho robô Rosa Knee System, desenvolvida pela Zimmer Biomet, foi recentemente aprovada pelo Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, e inclui ferramentas de planejamento pré-operatório 3D e dados em tempo real sobre a anatomia dos tecidos e ossos durante o procedimento. Isso melhora a precisão de corte ósseo e resulta em uma análise mais precisa da amplitude do movimento, ajudando as próteses de joelho a ficarem mais naturais.