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Carreira cada vez menos desejada pelos jovens brasileiros, magistério ainda atrai o interesse de estudantes que acreditam na Educação para mudar o país
Em pesquisa recente, realizada pelo Instituto Península, 72% dos professores afirmam que um dos legados deixados pela pandemia será a valorização da carreira docente pela sociedade. A percepção de aumento dessa valorização vem do fato de que, com a pandemia e a suspensão das aulas presenciais, muitos pais puderam perceber o quão difícil é ensinar. A pergunta que fica no ar é se isso será suficiente para mudar o fato de que o Brasil é um dos países que menos valorizam o trabalho do professor. Em um estudo coordenado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 2018, o país ficou em último lugar entre as 35 nações avaliadas nesse quesito.
O Brasil possui mais de 2,2 milhões de professores de Educação Básica, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). E de acordo com o MEC, Pedagogia é um dos cursos com maior número de vagas ofertadas pelo Sisu – Sistema de Seleção Unificada. Ainda assim, um estudo elaborado pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede) mostra que a carreira docente não atrai os alunos de melhor desempenho. Alguns números chamam a atenção: tomando como base os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), os estudantes brasileiros que disseram que pretendem ser professores obtiveram 18,6 pontos a menos da média do país em matemática, 20,1 pontos a menos em ciências e 18,5 a menos em leitura. O interesse dos jovens pela carreira do magistério já foi de 7,5% e atualmente está em 2,4%, segundo dados do relatório Políticas Eficientes para Professores, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Seguindo na contramão do desinteresse pela profissão está o carioca Gustavo Beirão Vinagre da Nóbrega Santos. “Sempre que um país está em crise ou passando por sérias dificuldades, a Educação é uma das formas mais eficazes de se corrigir o rumo da nação”, diz o menino de 14 anos. A visão de que não há progresso sem Educação fez o aluno da 7a série do Ensino Fundamental morador do bairro de Irajá, no Rio de Janeiro, decidir que quer ser professor. “Com essa profissão, posso fazer a minha parte para ajudar a mudar o meu país”, afirma o jovem. Professores e gestores do Centro Educacional Vasconcelos Dantas, onde Gustavo estuda desde 2014, o descrevem como um aluno disciplinado e muito participativo. Com 100% de bolsa para conseguir continuar estudando em uma escola privada, nem mesmo as dificuldades impostas pela pandemia para muitos estudantes conseguiram impedir o jovem de se dedicar aos estudos com a vontade de quem já estabeleceu metas e corre atrás de alcançar o sonho.
Gustavo ficou em primeiro lugar na Maratona de Matemática da Conquista, evento nacional para estudantes de escolas conveniadas à Conquista Solução Educacional. Apesar do bom desempenho em Matemática, o principal interesse do jovem é a Física. “Quero ser professor de Física, mostrar para as pessoas que essa unidade curricular é muito mais interessante do que imaginam e que o segredo é buscar entendê-la não por meio de cálculos ou fórmulas e sim imaginando e tentando enxergar como seus conceitos funcionam na prática”, destaca Gustavo.
A vontade de mudar a vida de outras pessoas por meio da Educação faz Gustavo querer ir longe para realizar sua meta. O sonho do estudante é ir para a Finlândia, país reconhecido como modelo bem sucedido de educação pública. Considerado com um dos melhores sistemas de Educação do mundo, desde 2000, o país figura entre os primeiros lugares no ranking do Pisa. “Na Finlândia, o método de ensino é diferente, os alunos passam menos tempo na escola, mas um tempo de qualidade. A forma de avaliar os alunos também é diferente e o professor lá é muito mais valorizado e possui mais autonomia”, descreve o aluno.
Gustavo sabe que para ser professor na Finlândia é preciso uma trajetória muito diferente da brasileira. “Exatamente por ser considerada uma das mais importantes profissões para eles, se tornar professor naquele país não é fácil. É preciso ter, pelo menos, um mestrado, e os programas de capacitação para docentes lá são obrigatórios”, explica Gustavo. É exatamente por isso que o jovem sonha em realizar a formação profissional como professor naquele país, para depois voltar e dar aulas na sua terras natal. Mas o que falta ao Brasil para atrair para o magistério mais jovens com a mesma convicção e interesse de Gustavo e também conseguir oferecer uma formação diferenciada para estes profissionais, que permita, assim como na Finlândia, que o professor tenha a maior qualificação possível para desempenhar o trabalho de educar? “São muitos os desafios para se alcançar uma circunstância mais favorável, a começar por resolver questões como baixos salários, pouca valorização social e más condições de trabalho”, afirma Ivo Erthal, coordenador pedagógico da Conquista. Gustavo está ciente de tudo isso, mas acredita que com uma boa formação e a vontade de promover mudanças, pode ajudar a melhorar esse cenário.
Sobre a Conquista Solução Educacional
A Conquista é uma solução educacional que oferece aos alunos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio uma proposta de educação e futuro que integra a família, a escola e a comunidade. Com diversos recursos, material didático completo e livros de Empreendedorismo e Educação Financeira, o objetivo da solução é ajudar, de forma consistente, os alunos no processo de aprendizagem e estimular o desenvolvimento de suas capacidades. Atualmente, mais de 1700 escolas de todo o Brasil utilizam a solução.