Comprar pela internet já faz parte da realidade da maioria dos consumidores. Segundo dados recentes, publicados pelo SPC Brasil e CNDL, 91% dos internautas brasileiros fizeram compras on-line no último ano. A tendência é antiga: já em 2022, mais de 60% dos brasileiros compravam mais pela internet do que em lojas físicas.
Os principais motivos por trás da preferência por compras on-line são a praticidade e os preços, que podem ser bem mais baixos do que na rua. Além disso, tem marca que lança promoções exclusivas pela internet, que não podem ser encontradas em nenhuma loja física.
Apesar de todas as vantagens, muitos brasileiros têm medo de fazer compras pela internet, e não sem razão. Uma pesquisa da plataforma Olhar Digital revelou que 70% dos consumidores entrevistados têm medo de fazer compras on-line. Fraudes e vazamentos de dados bancários estão entre os principais temores, fazendo com que muitos desistam da compra.
O que as empresas de e-commerce podem fazer para garantir a segurança de seus clientes?
Navegação Perigosa
As estatísticas de crimes cibernéticos relacionados à e-commerce realmente assustam. No ano passado, cerca de 80 mil consumidores sofreram golpes no país. Embora os consumidores possam proteger suas transações on-line aproveitando um VPN Black Friday, ainda são necessários outros cuidados, tanto por parte das empresas, quanto dos consumidores.
De fato, é fundamental manter os softwares de antivírus e VPN atualizados, para garantir uma comunicação segura e criptografada. Estes crimes são, geralmente, cometidos através de smartphones, visando itens como computadores (24%), eletrodomésticos (12%), aparelhos de áudio, vídeo, TV e fotografia (7%).
De acordo com a diretora de tecnologia da Tecnobank, Adriana Saluceste, os consumidores devem estar atentos também a alguns sinais de falta de confiabilidade do site ou indivíduo oferecendo o produto. Estes sinais podem incluir ofertas com promessas irreais; solicitação de senha de cartões de crédito e/ou débito; formas de pagamento pouco conhecidas; erros ortográficos e gramaticais no site e nas comunicações; e mensagens, e-mails, ou ligações não solicitadas.
O Papel das Empresas
Segundo a especialista, não são apenas os consumidores que devem tomar precauções para evitar golpes. As empresas de e-commerce também precisam investir pesado em segurança cibernética. Afinal, elas precisam proteger não apenas o próprio patrimônio, mas os dados de seus usuários.
Grandes casos de vazamentos de dados no Brasil, como o da Netshoes, da Enel e do próprio Banco Central assustam os consumidores. Entretanto, existem algumas medidas que as empresas podem tomar para se protegerem como, por exemplo, investir em um selo SSL. O selo SSL (Secure Socket Layer) significa que todas as informações e transações do site são criptografadas.
Vale a pena investir também em uma hospedagem dedicada para o site. “Com isso, a empresa poderá contar com os recursos de segurança do servidor, sem dividi-lo com outros sites”, explica Adriana. É preciso ainda manter os softwares e sistemas da plataforma sempre atualizados contra as últimas ameaças. Pelo mesmo motivo, é recomendável também utilizar scanners de vulnerabilidades no site regularmente, para encontrar e corrigir falhas.
Diversas empresas de e-commerce vêm optando também por autenticação de fatores (2FA), para garantir que as contas dos usuários não possam ser invadidas. “Além disso, é fundamental garantir a conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), cujo objetivo é justamente reforçar a segurança no setor”, finaliza a especialista.