Na última semana, a RepTrak, também conhecida como Reputation Institute, divulgou sua lista anual com as 100 empresas de melhor reputação em todo o mundo. A LEGO voltou ao seu habitual primeiro lugar, depois de cair para a terceira posição no ano passado. Assim, a marca de brinquedos mostra que, quando se trata de reputação, o assunto não pode ser levado na brincadeira.
Completam o Top 10 marcas bastante conhecidas: Bosch, Rolls-Royce, Harley-Davidson, Canon, Rolex, Miele, Sony, Nintendo e Mercedes-Benz. O ranking avalia sete quesitos, sendo produtos e serviços, inovação, local de trabalho, governança, cidadania, liderança e desempenho financeiro. Porém, o que leva a quase centenária fabricante de blocos de montar a chegar ao topo?
“O LEGO Group ganhou novamente por um motivo: ele nunca para. Foi o número 1 em 2020 e 2021, caiu para terceiro em 2022 e agora volta como a empresa mais respeitável do mundo. Sua abordagem completa do mundo dos brinquedos, combinada com o foco em práticas éticas, torna-o favorito para a reputação global”, explica a RepTrak.
Durabilidade e sustentabilidade
A reputação da LEGO ganha destaque em três quesitos: produtos e serviços, inovação e liderança. A companhia está em constante processo de busca por práticas mais sustentáveis de produção, ao mesmo tempo em que expande seus negócios para os jogos on-line e também para outras formas de entretenimento, como o cinema.
No ano passado, a empresa dinamarquesa registrou uma receita anual de US$ 9,4 bilhões, um crescimento significativo de 17% em relação a 2021. Foram inauguradas 155 lojas em todo o mundo, sendo 95 só na China. Esse forte apelo global contribuiu para alcançar tamanho sucesso no segmento de brinquedos infantis.
Alexandra Mounsey, especialista em comunicação e engajamento, credita o sucesso da reputação da LEGO a diferentes fatores. “A LEGO sempre cumpre a promessa de encantar seus filhos com um ótimo produto”, analisa. A alta durabilidade do brinquedo e a pegada sustentável também pesam a seu favor. Assim, nem mesmo o alto preço cobrado pelos kits de montar espanta os consumidores fiéis à marca.
Foco na educação infantil
A LEGO também quer ser mais do que uma empresa de brinquedos. Sua orientação educacional também contribui para seu sucesso. “Pais e crianças reconhecem o nosso objetivo de impactar positivamente o mundo para as gerações futuras e de oferecer experiências lúdicas que ajudem as crianças a desenvolverem habilidades essenciais para o futuro”, analisa Niels B. Christiansen, atual presidente da LEGO.
É interessante notar que a empresa, fundada em 1932, quase foi à falência no começo dos anos 2000. Ou seja, foi preciso reestruturar diversos processos internos para recuperar o prestígio. O empresário Jørgen Vig Knudstorp assumiu como CEO da marca, em 2004, e descontinuou diversos produtos que não faziam sucesso. Também buscou padronização da comunicação e exaltação da logomarca em todos os produtos.
A balança comercial voltou a se tornar positiva, e o lançamento do filme Uma Aventura LEGO, em 2014, foi a movimentação que faltava para a reputação da marca explodir novamente. Público (crianças e adultos) e crítica se derreteram pela história, mostrando o poder de uma reputação levada a sério.
A LEGO foi capaz de se adaptar e evoluir ao longo de sua história, incorporando novas tecnologias e modernos conceitos de design, mantendo sua conexão emocional com seus clientes e respondendo às mudanças do mercado. Esses momentos decisivos ajudaram a construir a história de sucesso da LEGO como marca duradoura e com reputação praticamente inabalável.
*Diego Denck é coordenador de conteúdo digital na Central Press e produz materiais sobre comunicação corporativa e tecnologia.