Por Bruna Zembuski, comunicadora institucional formada pela UFPR e assessora de imprensa na Central Press há oito anos. Atualmente, é coordenadora de atendimento da agência.
Vaga: assessor de imprensa com formação em Jornalismo ou Relações Públicas. Experiência em assessoria de imprensa, relacionamento com a mídia, produção de releases, notas e pautas, elaboração de estratégias de comunicação. Essa é uma descrição fictícia para uma vaga de assessor de imprensa, bastante comum no mercado da comunicação.
Talvez uma descrição mais apurada seja: formação em comunicação ou áreas afins, estar disponível para a imprensa, seja nos fins de semana ou feriados, ajudar sempre que possível, facilitar o trabalho, seja do cliente ou do jornalista, ter clareza e precisão nas informações, manter bom relacionamento interpessoal e empatia.
Parece básico, não? Mas não é. O que para muitos é um diferencial, para outros, infelizmente, não chega nem a ser o básico. Assessoria de imprensa vai muito além de produzir a pauta que o cliente demanda; é preciso, e principalmente, entender o assunto sobre o qual vai escrever – e, para isso, é necessário ler e conhecer de tudo um pouco -, procurar o melhor gancho para que o assunto não seja mais um entre tantos, afinal, não tem sentido produzir mais uma informação inútil. Atuamos para, além de representar a marca de nosso cliente, auxiliar o jornalista e levar informação de qualidade à população.
Outra missão importante é divulgar nossos clientes nos maiores veículos de comunicação do país, e naqueles que mais se adaptam à proposta da pauta, repassando informações pertinentes à imprensa, mas, acima de tudo, sem levar informação a qualquer preço. A verdade e a ética devem ser prioridades, assim como o bom relacionamento com jornalistas de outros veículos.
Aliás, essa relação não se constrói do dia para a noite. São anos de trabalho, atendendo jornalistas nos finais de semana, feriados, folgas, férias e respondendo “sim, estou aqui” quando perguntam se estamos trabalhando, mesmo que estejamos em frente à TV assistindo um filme com a família ou ainda na bagunça da cozinha preparando um bolo. São anos pesquisando, inovando, indo além do tradicional release para, enfim, ter uma nota ou pauta publicada.
Uma pesquisa realizada pelo Comunique-se com cerca de 300 profissionais demonstrou que esse esforço tem sido reconhecido pelos jornalistas da redação. Segundo o levantamento “Assessores de imprensa na visão dos jornalistas”, divulgado no final de 2020, mais da metade dos jornalistas (50,8%) considera o trabalho do assessor como primordial para sua atuação e 42,6% disseram que, às vezes, ajuda, mas, às vezes, atrapalha. Outros 4,3% classificam como indiferente no dia a dia e 2,3% consideram que mais atrapalha que ajuda.
O que fazer para melhorarmos esses dados e sermos considerados ainda mais essenciais para a atuação dos jornalistas que precisam do nosso trabalho? Aposto no relacionamento. É essencial se mostrar parceiro, atender bem, com agilidade e precisão, aos fins de semana e feriados, com apuração e informação de qualidade. Ufa! Às vezes parece até “fácil” ser bom, mas garanto a você que não é.