Artigo: Escolha da profissão: uma jornada de autoconhecimento

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Por Ivo Carraro, orientador educacional do Curso Positivo, professor de matemática, psicólogo e autor do livro “Profissões: pais preocupados, filhos inseguros”

 
Dois em cada dez universitários que superaram o vestibular da Universidade Federal do Paraná (UFPR) desistem do curso após dois anos – mesmo tendo deixado para trás outros 45 mil concorrentes em uma das provas mais concorridas do país. A razão está na escolha errada do curso e na insatisfação gerada por optar por uma formação/profissão que não desperte prazer. Os números são altos, já que afetam 20% do total de aprovados do principal vestibular do Paraná, e podem ser reduzidos com mais atenção à orientação profissional dos jovens.

Profissionais bem-sucedidos, independentemente da área escolhida, têm algo em comum: todos gostam do que fazem. Opino com convicção, porque fui a campo para investigar as razões que levam médicos, engenheiros e advogados a se tornarem reconhecidos em suas áreas de atuação. A resposta: é como se todos conseguissem um casamento entre a profissão e o desenvolvimento de suas áreas da inteligência – as mais exigidas para a área de trabalho – ao longo da vida.
Tendo isso em mente, é importante dizer que o interesse de um estudante não muda da adolescência para a fase adulta, pois está em construção – sendo aprimorado e moldado. Se o adolescente tem facilidade em certas disciplinas, isso quer dizer que seu cérebro associa o aprendizado desse conhecimento a uma sensação positiva. E, de alguma forma, é possível relacionar esse prazer ao ato de comer, já que o cérebro também compreende quais alimentos geram mais satisfação. É isso que se deve buscar ao optar por um curso.
A grande questão é: como identificar? As orientações profissionais, mais do que compreender as facilidades de aprendizado dos jovens, devem tornar-se uma jornada de autoconhecimento; os resultados precisam ser interpretados pelos estudantes. Quando se tem conhecimento de que se gosta, corre-se menos risco de errar. E, mesmo que o tiro não seja certeiro, é possível fazer correções de rota. Exemplo: um estudante de Engenharia Civil com tendência a administrar empresas pode fazer mestrado ou pós-graduação na área, e as duas formações irão se complementar.
O principal propósito da orientação é compreender quais profissões combinam com suas aptidões e aspirações. Minha definição de profissão é: uma atividade escolhida pelo profissional que vai combinar com a sua inteligência. E não se trata de limitar o funcionamento do cérebro ou diminuir a pretensão de se aprender ao longo da vida, mas de identificar as capacidades intelectuais de cada um e ampliar o seu bem-estar durante o dia a dia. Há explicações científicas para justificar essas escolhas.
Ao se gostar do que faz, o trabalho do cotidiano costuma gerar sensações semelhantes às sentidas ao comer algo de que se gosta, despertando bem-estar e felicidade. Uma das leis da neurociência a ser levada em conta nessa discussão é a motivação. Ao se fazer algo que deu certo e tenha sido gostoso ou benéfico, o cérebro naturalmente manda comandos como: “Faça outra vez, para ter esse prazer novamente”.
Vale ressaltar que os seres humanos não nascem inteligentes, mas desenvolvem capacidades com o passar do tempo. E a educação, por mais que tenha aspectos mais globais e fundamentais para a evolução da sociedade como um todo, também tem como objetivo mostrar caminhos aos jovens, com o propósito de reduzir o risco de erro em um momento importante de vida de cada um deles.
 
 

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