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Por Débora Morales*
O mundo dos softwares é repleto de possibilidades e inovações. É comum nesse meio o uso de metodologias para estruturar o desenvolvimento de programas e garantir a gestão, qualidade e funcionalidade do sistema. Um exemplo é o Extreme Programming, ou XP, desenvolvedor ágil, econômico, indicado para empresas de pequeno e médio porte que modificam constantemente seus projetos.
O XP propõe a ideia de que os elementos de engenharia de software tradicionais sejam levados para níveis “extremos”, atingindo um grau de excelência muito maior na execução. A metodologia garante, simultaneamente, redução do risco do projeto, melhora na resposta às mudanças, melhora na produtividade durante toda a vida do sistema e acrescenta diversão à construção de software em times. Além disso, o XP propõe entregas frequentes em ciclos curtos de desenvolvimento, para melhorar a produtividade e introduzir pontos de verificação em que podem ser adotados novos requisitos dos clientes.
Atrelados ao XP estão cinco valores da metodologia (comunicação, simplicidade, feedback, coragem e respeito) que servem como critérios que norteiam as pessoas envolvidas no desenvolvimento de software. A comunicação foca em construir um entendimento pessoa a pessoa do problema, com o uso mínimo de documentação formal e com o uso máximo de interação “cara a cara” entre os envolvidos no projeto.
A simplicidade sugere que cada membro da equipe adote a solução mais fácil que possa funcionar. O objetivo é fazer aquilo que é mais simples hoje e criar um ambiente em que o custo de mudanças no futuro seja baixo, evitando a construção antecipada de funcionalidades, como é feita em muitas metodologias tradicionais. E aí a importância de se realizar, em paralelo, os feedbacks, que possibilitam que as pessoas aprendam cada vez mais sobre o sistema, corrijam erros e melhorem o sistema.
A coragem está ligada diretamente à aplicação eficaz do XP. Atitudes mais ousadas podem trazer melhorias ao projeto e não devem ser evitadas simplesmente pelo medo de tentá-las. Alterar código já escrito e que está funcionando, jogar código fora e reescrever tudo de novo, permitir código compartilhado por todos ou simplesmente dizer não, são alguns exemplos. E, por fim, respeito, valor que sustenta todas as ideias e etapas do desenvolvimento de software. Uma equipe engajada que respeita as opiniões e decisões de todos os membros consegue alcançar os melhores resultados.
*Débora Morales é mestra em Engenharia de Produção (UFPR) na área de Pesquisa Operacional com ênfase a métodos estatísticos aplicados à engenharia e inovação e tecnologia, especialista em Engenharia de Confiabilidade (UTFPR), graduada em Estatística e em Economia. Atua como Estatística no Instituto das Cidades Inteligentes.