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O avanço tecnológico e as transformações no estilo de vida das famílias estão fazendo com que as crianças troquem, cada vez mais cedo, os brinquedos e brincadeiras tradicionais por aparelhos eletrônicos que oferecem uma diversão virtual, algo muito diferente das experiências vividas pelos pais, por exemplo. Se, por um lado, a tecnologia traz vantagens quando se trata de ensino e aprendizado, por outro, quando o foco é a primeira infância, é preciso cuidado para evitar que tablets, smartphones e computadores não tornem o brincar um ato cada vez mais solitário e artificializado, nos primeiros anos de vida.
As escolas devem levar isso em conta, a fim de impedir que a socialização e o progresso da criança sejam prejudicados. “Brincar é essencial para o desenvolvimento integral do ser humano nos aspectos físico, social, cultural, afetivo, emocional e cognitivo. Vai além do lazer. É o momento de compartilhar, de construir regras e combinados, de experiências”, explica Ana Flávia Justus, gestora de Educação Infantil da Escola Girassol, de Ponta Grossa (PR). Segundo ela, é brincando – e interagindo – que a criança tem a possibilidade de compreender pontos de vistas diferentes e resolver conflitos. E é por isso que a Educação Infantil é uma das etapas escolares mais importantes da vida de um estudante.
Diante das mais variadas situações, a relação entre o brincar e o aprendizado é cada vez maior – mas é preciso cuidado e planejamento para que essa relação apresente resultados significativos. Segundo Ana Flávia, o ato de brincar para aprender exige atenção por parte do adulto, que deve interferir quando necessário para garantir que a criança se desenvolva brincando. “Ao criar condições para jogos e brincadeiras, o professor oferece a chance da criança explorar os novos cenários e situações e, a partir do conhecimento que já possui, aprender ainda mais”, conclui a gestora.
Durante a primeira infância – fase que vai do nascimento até os seis anos de vida da criança, o processo de desenvolvimento não se dá de forma fragmentada. As atividades e brincadeiras devem visar o conhecimento e a descoberta de habilidades nos mais diversos âmbitos. Num jogo, por exemplo, ao mesmo tempo em que a criança aprende a contar ou a criar estratégias, ela também aprende a respeitar as regras, os colegas e a não criar artifícios para se sair melhor que os demais. O aprendizado é mais completo quando a proposta pedagógica garante essa articulação nas atividades. E quando se trata de brincar, o assunto deve ser levado muito a sério, priorizando brincadeiras que garantam que essa seja o plano principal do processo de aprendizado e que, por meio delas, a criança tenha condições de aprender muito.
Tablets e smartphones na primeira infância: cuidados que os pais devem ter
Equipamentos tecnológicos como tablets e smartphones despertam fácil o interesse dos pequenos e também servem como ferramenta que ajuda a estimular e desenvolver a criança. “Entretanto, é preciso equilíbrio no uso e moderação constante. Recomenda-se que seja utilizado com tempo determinado e o ideal é realizar as tradicionais brincadeiras de criança também”, afirma a gestora de Educação Infantil do Positivo – Santa Maria, Shirley Szeiko.
Em recente estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o órgão recomenda que menores de 2 anos não devem ter contato com telas e, ainda, crianças com 2 anos ou mais podem assistir televisão até uma hora por dia. Tais equipamentos podem comprometer a orientação espacial, temporal e a interação com o outro e, quando usados em excesso, podem trazer prejuízos. “As crianças precisam se comunicar, verbalizar, errar, serem corrigidas – e os jogos e aparelhos eletrônicos nem sempre dão margem para isso – pois a aprendizagem nessa fase se dá, principalmente, pela interação”, completa a professora.
Saiba quais são os riscos a que o seu filho está exposto com o uso excessivo dessas telas:
- Problemas de visão
A Academia Americana de Pediatria (AAP) estima, por meio de suas diretrizes, que crianças de 2 a 5 anos não devem passar mais que uma hora diária expostas a telas de tablets, smartphones ou computadores. Acima de 6 anos, esse tempo pode aumentar, mas com moderação por parte dos pais. O tempo usado para atividades escolares no computador, no caso de crianças mais velhas ou adolescentes, fica de fora dessa conta. Crianças que passam muito tempo utilizando tais ferramentas podem se tornar vítimas da síndrome pediátrica do olho seco, quando a produção de lágrimas é menor do que deveria e provoca uma anomalia na produção natural de muco e lubrificação do órgão da visão. Tal situação, muitas vezes incômoda, pode afetar a visão da criança e, consequentemente, prejudicar seu desempenho escolar.
- Menos atenção em sala de aula
Usar smartphones ou tablets desde criança significa acessar múltiplas formas de entretenimento ao mesmo tempo e oferecer um universo infinito de informações e estímulos para os pequenos. Tal possibilidade traz vantagens para a evolução infantil como o desenvolvimento do raciocínio, da lógica, mais acesso à cultura e às artes, mas também pode tornar as crianças mais facilmente distraídas, criando dificuldades em prestar atenção na aula. Junto com os déficits de atenção, vem a deterioração da memória visual, a imaginação e a capacidade de trabalhar de forma eficiente e eficaz ou se concentrar em uma tarefa.
- Menos empatia
A internet e, em particular, as redes sociais permitem também às crianças e, principalmente aos adolescentes, uma interação virtual e o desenvolvimento da capacidade de socialização. Mas é fundamental garantir que haja tempo e espaço para que eles também se socializem no mundo real. Um estudo da Universidade da Califórnia chegou à conclusão de que crianças que ficam mais de 5 dias sem os dispositivos móveis sentem mais empatia e compreendem melhor os sentimentos e emoções.
- Atraso na fala
Desenhos e conteúdos voltados para bebês e crianças pequenas têm a capacidade de acalmar, alegrar e até mesmo servir de motivação para determinados avanços comuns nessa fase, mas precisam ser oferecidos de forma limitada para evitar comprometer os demais desenvolvimentos da criança. Uma pesquisa conduzida no Hospital para Crianças Doentes da Universidade de Toronto, no Canadá, indica que quanto mais “tempo de tela”, maior é o risco de os bebês apresentarem atraso no desenvolvimento da fala. Segundo os pesquisadores, os resultados da análise apontam que, para cada 30 minutos de “tempo de tela”, os riscos de a criança ter alguma demora para falar sobem em 49%.
- Aumento da agressividade
Jogos, atividades e animações infantis disponíveis atualmente podem passar uma mensagem positiva e serem educativos, ajudando a criança a aprender e a compreender melhor o certo e o errado. Mas é preciso controlar o conteúdo a que seu filho está exposto. Práticas e situações violentas, especialmente em videogames e jogos online, têm sido fortemente associadas a tendências antissociais e pensamentos, comportamentos e ações agressivos.
- Dependência
Os pais devem limitar desde cedo o uso da tecnologia a fim de evitar vícios e excessos e a melhor forma de fazer isso é mostrando para os filhos as razões para tal. Dessa forma, ajudarão as crianças a formar hábitos que permitirão a elas, quando adultas, saber a hora de se desconectar. Se não entenderem isso logo cedo, não conseguirão fazê-lo no futuro. A via fronto-estriatal, que é a mesma via neural ligada à dependência de drogas e distúrbios comportamentais, como o jogo, também está associada a certos tipos de mídia. Dar aos seus filhos acesso ilimitado a um smartphone ou tablet aumenta o risco de seu filho desenvolver um vício real na tecnologia.
- Dormir mal
O uso de celulares e monitores, especialmente antes de dormir, interfere diretamente na quantidade e na qualidade do sono – ação fundamental para o bom desenvolvimento da criança. A luz das telas diminui a produção de melatonina, hormônio que faz a gente ter vontade de dormir. Os pais devem restringir o uso desses equipamentos pelo menos uma hora antes de deitar. TVs e videogames devem ser mantidos fora do quarto dos filhos. Celulares e outros gadgets também não devem ser levados para a cama. O ideal é que crianças e adolescentes aproveitem todos os benefícios e vantagens da tecnologia em outros momentos do dia.
Sobre o Colégio Positivo
O Colégio Positivo compreende cinco unidades na cidade de Curitiba, onde nasceu e desenvolveu o modelo de ensino levado a todo o país e ao exterior. O Colégio Positivo Júnior, o Colégio Positivo – Jardim Ambiental, o Colégio Positivo – Ângelo Sampaio, o Colégio Positivo Hauer e o Colégio Positivo Internacional atendem alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio, sempre combinando tecnologia aplicada à educação, material didático atualizado e professores qualificados, com o compromisso de formar cidadãos conscientes e solidários. Os alunos têm à sua disposição atividades complementares esportivas e culturais, incentivo ao empreendedorismo e aulas de Língua Inglesa diferenciadas, além de aprendizado internacional na unidade que leva essa proposta em seu nome. Em 2016, foi incorporada ao Positivo o Colégio Positivo Joinville (SC) e, em 2017, o Positivo – Santa Maria, em Londrina (PR). Em 2018, o Positivo ganhou duas unidades em Ponta Grossa (PR): Colégio Girassol e Positivo Master.