Além da ABNT: pesquisa científica começa no Ensino Básico

Nem só de margem, cabeçalho, paginação e notas de rodapé vive um trabalho científico. Embora muitas vezes sejam tratadas como o todo, as temidas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) são apenas uma pequena parte do que significa ser um pesquisador no Brasil. Para tanto, ensinar crianças e adolescentes a conviver desde cedo com os métodos adequados é fundamental se a intenção é construir um país que valorize cada vez mais a ciência.

De acordo com o levantamento Data Never Sleeps (Dados nunca dormem, em tradução livre), divulgado em 2020 pela Domo, especializada em computação na nuvem, um minuto na internet significa uma quantidade imensa de novas informações. Precisamente, a cada 60 segundos o Instagram recebe 347 mil novos stories, o Facebook, 147 mil novas fotos, e o WhatsApp, 41 milhões de novas mensagens. E isso falando apenas de redes sociais. O número gigantesco de informações às quais todos estão submetidos na sociedade contemporânea é humanamente impossível de processar. Como, então, saber quais delas são confiáveis na hora de selecionar argumentos para uma pesquisa?

Existe um método científico para isso. E, quanto antes os jovens forem apresentados a esse método, melhor. “Hoje, as pessoas podem buscar informações a qualquer momento e em qualquer lugar, mas, muitas vezes, os dados não são precisos ou carecem de uma referência confiável”, aponta o professor de Física e Matemática do Colégio Semeador de Foz do Iguaçu, Cristian Loch Leith Rolon. Cabe à escola, ele afirma, orientar para que os estudantes aprendam a encontrar material adequado e em fontes confiáveis. “Devemos ir muito além de apenas ensinar a apresentar um trabalho dentro das normas da ABNT. Ao fazer isso, estamos trazendo benefícios não apenas para o aluno, mas também para a ciência como um todo”.

Ensinar a pesquisar com métodos e critérios claros é uma maneira de preparar os estudantes para o futuro da ciência. O professor de Biologia do Colégio Positivo – Joinville, Ary da Silveira Mendes Junior, diz que “eles precisam aprender a trabalhar com pesquisa para entender que as informações recebidas não são apenas informações, mas fruto de muita leitura, coleta de dados e estudos. E isso demanda tempo. Também precisam compreender que o verdadeiro conhecimento é saber usá-las. O papel da pesquisa é converter informação em conhecimento e, a partir daí, saber aplicá-lo para promover uma melhoria na sociedade”.

Além de contribuir para o desenvolvimento da ciência, a pesquisa científica trabalhada desde cedo tem um peso fundamental no processo de aprendizagem dos próprios estudantes. “Tanto os pequenos quanto os grandes exercícios de pesquisa contribuem grandemente para o processo de ensino/aprendizagem de qualquer disciplina ou conteúdo. Por isso, ela não deve ser empregada somente com o objetivo de ocupar o aluno; a sua finalidade deve ter como foco o processo de formação de um sujeito crítico e que construa seu próprio percurso na construção do conhecimento”, destaca o professor de Química e Ciências do Colégio Positivo – Master, Maytson Müller.

Quem sabe pesquisar não propaga informações falsas

As notícias falsas (ou fake news, como ficaram mais conhecidas) não são um problema apenas no âmbito da política. No meio acadêmico também é preciso ter muito cuidado para não fomentar, compartilhar e, até mesmo sem ter a intenção, acabar ajudando a disseminar dados que não são reais.

Rolon diz que costuma acompanhar vídeos que jovens postam no YouTube e em outras plataformas e se assusta com o volume de conceitos equivocados apresentados nessas produções. “Durante as explicações, muitas vezes há problemas conceituais. E esses são vídeos que estão disponíveis para todo mundo, com uma linguagem interessante, feitos de aluno para aluno, mas que simplesmente não estão corretos. A partir do momento em que aprende a pesquisar e consegue encontrar soluções seguras, há muito menos risco de que o aluno se torne um propagador de informações que não têm credibilidade. Assim, rompemos um ciclo vicioso”.

Facilitar o acesso a fontes seguras é imprescindível

O pensamento crítico tem um papel fundamental nessa missão. Rolon lembra que, mais que apontar caminhos, é preciso ensinar autonomia às crianças e adolescentes. Uma autonomia que vem acompanhada da responsabilidade pelas informações que se decide utilizar em um texto.

No entanto, garantir acesso a dados qualificados depende não só de estímulo e orientação, mas também de investimentos. De acordo com a coordenadora de Pesquisa Científica e Empreendedorismo do Colégio Positivo, Irinéia Inês Scota, existem inúmeras ferramentas nacionais e internacionais que ajudam a escola a aproximar o estudante da pesquisa científica, mas demandam valores que nem sempre a instituição tem condições de disponibilizar. “Nossos alunos e professores contam com a EBSCO, uma empresa que fornece produtos e serviços para bibliotecas de todo o mundo, por meio de recursos tecnológicos. Assim, oferecemos acesso a milhares de conteúdos acadêmicos de alta qualidade, fazendo uso de bases de dados que reúnem revistas científicas em que constam artigos na íntegra e ainda um acervo virtual composto por e-books de literatura brasileira. A fonte acadêmica é atualizada semanalmente e, até o momento, oferece acesso completo para mais de 350 publicações acadêmicas científicas”, explica.

Outra ferramenta digital disponível na plataforma Positivo Mais e acessível aos mais de 16 mil alunos da Educação Básica da Positivo Educacional é a Academic Search Premier, uma base de dados de pesquisa multidisciplinar que fornece periódicos aclamados, revistas e outros recursos valiosos. “Essa ferramenta de pesquisa é de grande valia para o embasamento científico no desenvolvimento de projetos de investigação para nossas feiras internas e competições acadêmicas externas”, destaca Irinéia. A Academic Search Premier também dá acesso a conteúdo de vídeo da agência de notícias Associated Press. Com imagens de 1930 até o presente e atualizadas mensalmente, essa coleção de mais de 67.000 vídeos abrange uma ampla variedade de tópicos. 

Sobre o Colégio Positivo

O Colégio Positivo compreende oito unidades na cidade de Curitiba, onde nasceu e desenvolveu o modelo de ensino levado a todo o país e ao exterior. O Colégio Positivo – Júnior, o Colégio Positivo – Jardim Ambiental, o Colégio Positivo – Ângelo Sampaio, o Colégio Positivo – Hauer, o Colégio Positivo – Internacional, o Colégio Positivo – Água Verde, o Colégio Positivo – Boa Vista e o Colégio Positivo – Batel atendem alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio, sempre combinando tecnologia aplicada à Educação, material didático atualizado e professores qualificados, com o compromisso de formar cidadãos conscientes e solidários. Em 2016, o grupo chegou em Santa Catarina – onde hoje fica o Colégio Positivo – Joinville e o Colégio Positivo – Joinville Jr. Em 2017, foi incorporado ao grupo o Colégio Positivo – Santa Maria, em Londrina (PR). Em 2018, o Positivo chegou a Ponta Grossa (PR), onde hoje está o Colégio Positivo – Master. Em 2019, somaram-se ao Grupo duas unidades da escola Passo Certo, em Cascavel (PR), e o Colégio Semeador, em Foz do Iguaçu (PR). Em 2020, o Colégio Vila Olímpia, em Florianópolis (SC), passou a fazer parte do Grupo. Em 2021, com a aquisição da St. James’ em Londrina (PR), o Colégio Positivo passa a contar com 17 unidades de ensino, em sete cidades, no Sul do Brasil, que atendem, juntas, aproximadamente 16 mil alunos desde a Educação Infantil ao Ensino Médio.

Crédito: divulgação/Colégio Positivo

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