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Daniel Medeiros*
Primeira promessa: não ser amigo de pessoas com as quais você não tem a menor satisfação em trocar ideias. Por exemplo: gente que acha que o Hitler era de esquerda; gente que vibra com a morte ou doença de alguém ( mesmo sendo o Hitler!); gente que manda você se informar melhor quando você discorda da opinião dela ( mesmo que a opinião seja a de que o Hitler era de esquerda); gente que fica dividindo todo mundo em “esquerda” e “direita”. E coloca o Hitler na esquerda.
Segunda promessa: não terminar de ler livros que eu leio sem saber por que estou lendo. Há livros que quando você pega não consegue largar. Outros livros, quando você larga não consegue mais pegar. Prometo deixa-los no lugar onde caírem.
Terceira promessa: não almoçar nem jantar com pessoas que se referem à refeição como “calorias”, “benefícios”, “ antioxidantes”, “betacaroteno” e outras denominações que tiram o apetite de qualquer um.
Quarta promessa: não planejar viagens para destinos turísticos, daqueles que estão na lista dos lugares que você não deve morrer sem visitar. Aliás, listas de coisas que você deve fazer ou visitar antes de morrer são de matar.
Quinta promessa: recusar bebida ruim, comida ruim, roupa ruim, filme ruim ( conversa ruim e livro ruim já foram citados), sem remorso ou constrangimento. Ficar dando desculpa quando o que você está fazendo é simplesmente defender sua ética/estética de vida é indesculpável. Um “não, obrigado” funciona melhor e é mais elegante do que um “nem obrigado”.
Sexta promessa: não dar opinião quando não se tem opinião sobre algo ou quando não se pensou suficiente sobre o assunto. Há tanta opinião na rede como o lixo nos oceanos: incomoda, é feio e mata os peixes.
Sétima promessa: cultivar amigos e amores. Cultivar no sentido etimológico da palavra, referente ao seu aspecto agrícola, de preparar, semear, esperar, cuidar, colher e fruir.
Oitava promessa: ouvir sempre que possível os jovens. Esse negócio de que jovem é alienado e não quer saber de melhorar o mundo é incrível. Principalmente quando lembramos que o mundo no qual eles vivem foi “estragado” por quem?
Nona promessa: andar muito pela cidade. Conhecer as ruas do centro, dos bairros, as pracinhas, os parques, as bancas de jornal, os terminais de ônibus. É a melhor forma de entender a importância de se preservar e ampliar o espaço público. E faz bem pra saúde do andarilho.
Décima promessa: nunca mais escrever um texto prometendo dez coisas para o ano novo. Nove está ótimo. E sempre dá pra dizer “noves fora, zero.” Ou não. Bom 2017.
* Daniel Medeiros é Doutor em Educação Histórica pela UFPR e professor do Curso Positivo.
Segunda promessa: não terminar de ler livros que eu leio sem saber por que estou lendo. Há livros que quando você pega não consegue largar. Outros livros, quando você larga não consegue mais pegar. Prometo deixa-los no lugar onde caírem.
Terceira promessa: não almoçar nem jantar com pessoas que se referem à refeição como “calorias”, “benefícios”, “ antioxidantes”, “betacaroteno” e outras denominações que tiram o apetite de qualquer um.
Quarta promessa: não planejar viagens para destinos turísticos, daqueles que estão na lista dos lugares que você não deve morrer sem visitar. Aliás, listas de coisas que você deve fazer ou visitar antes de morrer são de matar.
Quinta promessa: recusar bebida ruim, comida ruim, roupa ruim, filme ruim ( conversa ruim e livro ruim já foram citados), sem remorso ou constrangimento. Ficar dando desculpa quando o que você está fazendo é simplesmente defender sua ética/estética de vida é indesculpável. Um “não, obrigado” funciona melhor e é mais elegante do que um “nem obrigado”.
Sexta promessa: não dar opinião quando não se tem opinião sobre algo ou quando não se pensou suficiente sobre o assunto. Há tanta opinião na rede como o lixo nos oceanos: incomoda, é feio e mata os peixes.
Sétima promessa: cultivar amigos e amores. Cultivar no sentido etimológico da palavra, referente ao seu aspecto agrícola, de preparar, semear, esperar, cuidar, colher e fruir.
Oitava promessa: ouvir sempre que possível os jovens. Esse negócio de que jovem é alienado e não quer saber de melhorar o mundo é incrível. Principalmente quando lembramos que o mundo no qual eles vivem foi “estragado” por quem?
Nona promessa: andar muito pela cidade. Conhecer as ruas do centro, dos bairros, as pracinhas, os parques, as bancas de jornal, os terminais de ônibus. É a melhor forma de entender a importância de se preservar e ampliar o espaço público. E faz bem pra saúde do andarilho.
Décima promessa: nunca mais escrever um texto prometendo dez coisas para o ano novo. Nove está ótimo. E sempre dá pra dizer “noves fora, zero.” Ou não. Bom 2017.
* Daniel Medeiros é Doutor em Educação Histórica pela UFPR e professor do Curso Positivo.