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Unidade de Conservação localizada no Estado do Rio de Janeiro foi escolhida para reintroduzir espécies de mamíferos e aves ameaçados de extinção
Nesta semana a Reserva Ecológica de Guapiaçu (REGUA), localizada em Cachoeiras de Macacu (RJ), receberá novos moradores: três jacutingas, carinhosamente chamadas de Coffee, Thaty e Lily. O motivo da soltura das aves no local é a reintrodução das espécies em um ambiente natural, fora do cativeiro onde viviam.
As três jacutingas nasceram em cativeiro no criadouro Schwartz – COMFAUNA e foram adquiridas pela SAVE Brasil – executora do projeto – especialmente para a reintrodução do Projeto Jacutinga, no Rio de Janeiro. A iniciativa, apoiada pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, é realizada desde 2010 no Estado de São Paulo. Segundo a responsável técnica Alecsandra Tassoni, a espécie está extinta no Estado do Rio de Janeiro desde que foi avistada pela última vez em Itatiaia, em 1978, e na Serra dos Órgãos, em 1980. “Entre 2006 e 2008 foram reintroduzidas jacutingas no local, mas hoje não temos mais relatos de avistamentos dos indivíduos. Portanto, essa ausência das aves no Estado foi o motivo da extensão do Programa de Reintrodução de Jacutingas também para REGUA, situada a cerca de 150 km ao norte da cidade do Rio de Janeiro”, explica.
A recuperação de ecossistemas é o principal foco da reintrodução de animais silvestres ao seu habitat natural, mas a prática não deve ser feita por qualquer pessoa, já que é necessária uma autorização para a soltura de animais. O motivo é que muitos vivem anos fora do ambiente natural e precisam passar por um período de reabilitação antes da soltura. No caso das três jacutingas – assim como é feito em todos os casos -, antes mesmo de serem transferidas ao viveiro de reabilitação, elas passaram também por exames sanitários.
“As aves estavam na Universidade Estadual Norte Fluminense, em Campos de Goytacazes, que é parceira do Projeto e responsável por toda a metodologia dos treinamentos na fase de reabilitação e análises dos resultados. As jacutingas foram examinadas e, após os resultados dos testes, encaminhadas ao viveiro de reabilitação do projeto, localizado em São José dos Campos (SP). Antes da reintrodução é necessária uma preparação das aves para ambientação, avaliação comportamental, socialização, treinamentos alimentares, treinamento de voo e reconhecimento de predadores, que dura em torno de 4 meses”, explica Alecsandra.
Após essa ambientação, as aves ainda passaram por um período de aclimatação de pouco mais de uma mês, para somente agora serem soltas na Reserva. A abertura do viveiro será nesta terça-feira (14) e, após a ação, o Projeto irá realizar o acompanhamento dos animais por meio dos monitoramentos em campo, rádiotelemetria – todos os indivíduos serão soltos com transmissores de localização – e participativo, incentivando a comunidade local por meio da prática de observação de aves. “Estamos muito otimistas com a reintrodução desses animais. Foram muitos meses preparando-os para esse momento e nossa esperança é que a espécie não desapareça mais da região”, comenta a pesquisadora.
Reserva Ecológica de Guapiaçu também é novo lar de outra espécie
Outro projeto apoiado pela Fundação Grupo Boticário comemorou recentemente a reintrodução de outra espécie: as antas. Flora, Valente e Júpiter ganharam, em julho deste ano, um novo lar após um mês de adaptação. O trio se juntou a Eva e Floquinho, outros dois animais da mesma espécie que foram reintroduzidos no local em dezembro de 2017.
As antas não estão totalmente extintas na Mata Atlântica – bioma que abriga uma parcela reduzida da espécie -, mas estão extintas no Rio de Janeiro há pelo menos 100 anos. “Nosso objetivo com o Programa Refauna é diminuir o processo de desaparecimento das espécies e restabelecer as interações ecológicas na Mata Atlântica”, informa o responsável técnico, Maron Galliez. O projeto é o primeiro a ser realizado com antas no Brasil e um dos primeiros no mundo.
Segundo ele, o sucesso da ação depende principalmente da participação ativa da sociedade, visto que a caça é a principal ameaça ao animal. “Temos realizado diversas ações com a comunidade local visando minimizar a prática. As antas foram inseridas na maior Unidade de Conservação do Estado do Rio de Janeiro, ou seja, nossa preocupação não é com a perda de habitat”, ressalta. Para isso, os pesquisadores envolvidos explicam a importância da espécie para a natureza, pela capacidade de dispersão de sementes – favorecendo a germinação da floresta – e controle de abundância de espécies de plantas dominantes.
Desde julho, quando foram soltos os últimos animais, o monitoramento vem sendo feito regularmente, por meio de armadilhas fotográficas e telemetria – enviada pelas coleiras colocadas nos animais, por meio de rádio-sinal e GPS. Segundo Galliez, a expectativa do projeto é reintroduzir, ainda neste ano, mais cinco animais, totalizando dez antas na REGUA.
Sobre a Fundação Grupo Boticário
A Fundação Grupo Boticário é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial. A Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da natureza em todo o Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas apoiadas financeiramente. Protege 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por meio da criação e manutenção de duas reservas naturais. Atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e nas políticas públicas, além de contribuir para que a natureza sirva de inspiração ou seja parte da solução para diversos problemas da sociedade. Também promove ações de mobilização, sensibilização e comunicação inovadoras, que aproximam a natureza do cotidiano das pessoas.
As três jacutingas nasceram em cativeiro no criadouro Schwartz – COMFAUNA e foram adquiridas pela SAVE Brasil – executora do projeto – especialmente para a reintrodução do Projeto Jacutinga, no Rio de Janeiro. A iniciativa, apoiada pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, é realizada desde 2010 no Estado de São Paulo. Segundo a responsável técnica Alecsandra Tassoni, a espécie está extinta no Estado do Rio de Janeiro desde que foi avistada pela última vez em Itatiaia, em 1978, e na Serra dos Órgãos, em 1980. “Entre 2006 e 2008 foram reintroduzidas jacutingas no local, mas hoje não temos mais relatos de avistamentos dos indivíduos. Portanto, essa ausência das aves no Estado foi o motivo da extensão do Programa de Reintrodução de Jacutingas também para REGUA, situada a cerca de 150 km ao norte da cidade do Rio de Janeiro”, explica.
A recuperação de ecossistemas é o principal foco da reintrodução de animais silvestres ao seu habitat natural, mas a prática não deve ser feita por qualquer pessoa, já que é necessária uma autorização para a soltura de animais. O motivo é que muitos vivem anos fora do ambiente natural e precisam passar por um período de reabilitação antes da soltura. No caso das três jacutingas – assim como é feito em todos os casos -, antes mesmo de serem transferidas ao viveiro de reabilitação, elas passaram também por exames sanitários.
“As aves estavam na Universidade Estadual Norte Fluminense, em Campos de Goytacazes, que é parceira do Projeto e responsável por toda a metodologia dos treinamentos na fase de reabilitação e análises dos resultados. As jacutingas foram examinadas e, após os resultados dos testes, encaminhadas ao viveiro de reabilitação do projeto, localizado em São José dos Campos (SP). Antes da reintrodução é necessária uma preparação das aves para ambientação, avaliação comportamental, socialização, treinamentos alimentares, treinamento de voo e reconhecimento de predadores, que dura em torno de 4 meses”, explica Alecsandra.
Após essa ambientação, as aves ainda passaram por um período de aclimatação de pouco mais de uma mês, para somente agora serem soltas na Reserva. A abertura do viveiro será nesta terça-feira (14) e, após a ação, o Projeto irá realizar o acompanhamento dos animais por meio dos monitoramentos em campo, rádiotelemetria – todos os indivíduos serão soltos com transmissores de localização – e participativo, incentivando a comunidade local por meio da prática de observação de aves. “Estamos muito otimistas com a reintrodução desses animais. Foram muitos meses preparando-os para esse momento e nossa esperança é que a espécie não desapareça mais da região”, comenta a pesquisadora.
Reserva Ecológica de Guapiaçu também é novo lar de outra espécie
Outro projeto apoiado pela Fundação Grupo Boticário comemorou recentemente a reintrodução de outra espécie: as antas. Flora, Valente e Júpiter ganharam, em julho deste ano, um novo lar após um mês de adaptação. O trio se juntou a Eva e Floquinho, outros dois animais da mesma espécie que foram reintroduzidos no local em dezembro de 2017.
As antas não estão totalmente extintas na Mata Atlântica – bioma que abriga uma parcela reduzida da espécie -, mas estão extintas no Rio de Janeiro há pelo menos 100 anos. “Nosso objetivo com o Programa Refauna é diminuir o processo de desaparecimento das espécies e restabelecer as interações ecológicas na Mata Atlântica”, informa o responsável técnico, Maron Galliez. O projeto é o primeiro a ser realizado com antas no Brasil e um dos primeiros no mundo.
Segundo ele, o sucesso da ação depende principalmente da participação ativa da sociedade, visto que a caça é a principal ameaça ao animal. “Temos realizado diversas ações com a comunidade local visando minimizar a prática. As antas foram inseridas na maior Unidade de Conservação do Estado do Rio de Janeiro, ou seja, nossa preocupação não é com a perda de habitat”, ressalta. Para isso, os pesquisadores envolvidos explicam a importância da espécie para a natureza, pela capacidade de dispersão de sementes – favorecendo a germinação da floresta – e controle de abundância de espécies de plantas dominantes.
Desde julho, quando foram soltos os últimos animais, o monitoramento vem sendo feito regularmente, por meio de armadilhas fotográficas e telemetria – enviada pelas coleiras colocadas nos animais, por meio de rádio-sinal e GPS. Segundo Galliez, a expectativa do projeto é reintroduzir, ainda neste ano, mais cinco animais, totalizando dez antas na REGUA.
Sobre a Fundação Grupo Boticário
A Fundação Grupo Boticário é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial. A Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da natureza em todo o Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas apoiadas financeiramente. Protege 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por meio da criação e manutenção de duas reservas naturais. Atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e nas políticas públicas, além de contribuir para que a natureza sirva de inspiração ou seja parte da solução para diversos problemas da sociedade. Também promove ações de mobilização, sensibilização e comunicação inovadoras, que aproximam a natureza do cotidiano das pessoas.